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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão

 

Cachoeira dos Ouros


Cachoeira dos Ouros

 

A professora Graci De Vito Amary contou também uma lenda que envolve a Cachoeira dos Ouros, localizada no Bairro do Arraial, na Fazenda do Horto Florestal.

Recolhendo a exposição de um dos moradores do local, a pesquisadora relata o que aconteceu a ele:

"No tempo em que morei naquele bairro, vi por várias vezes, em certas noites de lua, daquelas bem claras, a Mãe do Ouro, de um alto para outro. Ela possuía o tamanho de uma pessoa, não se sabendo se era homem ou mulher. Passava de um lado para outro. Não somente eu a vi, como também outros vizinhos.

Ouvia-se o barulho de pessoas que falavam, cantavam, assobiavam, mas a gente não sabia quem era e imaginava que fossem índios.

Quando o dia começava a surgir, as vozes aquietavam. Eis que, num certo dia, em maio de 1952, apareceram por lá dois homens americanos, que ficaram hospedados dois meses na casa de uma família. A dona da casa em que os americanos moravam era viúva e possuía seis filhos. Seu nome era Maria Tavares. Esses dois americanos pagavam direitinho as diárias, saíam de manhã e seguiam o rio, a uma grande distância que medeia entre o rio e a Cachoeira dos Ouros. Ninguém entendia o que diziam.

Cada um deles carregava uma grande sacola. Certo dia, acertaram as contas com a dona da casa e foram embora, e desse dia em diante, ninguém, nunca mais viu a Mãe de Ouro e nunca mais se ouviu o seu barulho e as cantorias".

Disse o narrador Adolfo Vilas Boas, o informante da pesquisadora, "que esses dois americanos, com certeza, muito estudados no assunto, recolheram o ouro e o carregaram".

Na fazenda do falecido Dr. José Artur da Mota Bicudo, na Tabatinga - contou a informante Benedita Francisca de Souza - morrera um escravo no forno em que se cozinhava barro, no tempo da escravatura. Até hoje é possível escutar os gemidos da pessoa carbonizada e as pessoas que passam nas proximidades do local levam pedradas pelas costas.

A professora sustentou ponto de vista correto, segundo o qual muitas das tradições vão morrendo em Campos do Jordão, em virtude das características turísticas da cidade, que tornam mais difíceis sua pesquisa, estudo e conservação.

A crendice popular e as tradições do povo transmitidas de geração a geração também constituem forma de cultura e, por isso, devem ser estudadas, pesquisadas e preservadas.

 

Pedro Paulo Filho

06/08/2009

 

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_poesia=7

 

 

 

 

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