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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

As nascentes mais altas do Rio da Prata 


As nascentes mais altas do Rio da Prata

Marco da quatro nações - As mais altas águas brasileiras rumo ao Rio da Prata

 

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AS NASCENTES JORDANENSES

As nascentes mais altas do Rio da Prata nascem há mais de 1.750 metros de altitude, em Campos do Jordão (SP), no Bairro Umuarama (em indígena – onde os amigos se encontram).

As águas dessa região descem para o Rio Capivari, que atravessa as vilas jordanenses Abernéssia, Jaguaribe e Capivari até as divisa de Minas Gerais.

O rio Capivari recebe as águas do ribeirão das Perdizes para denominar-se Sapucaí-Guaçu.

Mais além, recolhe as águas dos córregos Boa Vista, Homem Morto, dos ribeirões Imbiri, Canhambora, Galharada e Coxim e, ao receber as águas do ribeirão do Paiol, forma a majestosa Cachoeira dos Diamantes.

A bacia hidrográfica do Sapucaí é um sub-bacia do rio Grande, que pertence à bacia do Paraná. O rio Paraná pertence à bacia do rio da Prata.

O agrupamento de várias nascentes das vilas de Campos do Jordão dão conformação ao rio Sapucaí, ainda dentro do município jordanense, que segue o seu curso rio abaixo no rumo do território mineiro, sempre entrecortado de cachoeiras e corredeiras.

O rio Sapucaí está dividido em três segmentos distintos: – curso superior (Alto Sapucaí), curso médio (Médio Sapucaí) e curso inferior (Baixo Sapucaí).

O Alto Sapucaí abrange uma área de 50 quilômetros, iniciando-se em Campos do Jordão até a confluência com o rio Bicas, próximo a Wenceslau Brás.

O Médio Sapucaí estende-se dessa confluência até o encontro com o Sapucaí-Mirim, no município de Pouso Alegre, atingindo uma área de 90 quilômetros e o Baixo Sapucaí, com 143 quilômetros, vai de encontro com o Sapucaí-Mirim até a represa de Furnas.

A DESCOBERTA

O rio Sapucaí foi descoberto em 1596 pelo sertanista João Pereira Botafogo entres os municípios de Paraguaçu e Carmo do Rio Claro.

Serviu de rota, durante os séculos XVII e XVIII, para as Bandeiras, que partiam das Capitanias do Rio de Janeiro e São Paulo em busca de ouro para a Corte portuguesa.

Em 1737, o ouvidor de São João Del Rei, Cypriano José da Rocha, organizou uma expedição para desbravar o rio Sapucaí.

Iniciou-se então a exploração aurífera nas cabeceiras do rio e de sua intensificação nasceram, os primeiros núcleos de povoamento no vale, como São Gonçalo do Sapucaí, Santana do Sapucaí (Silvianópolis) e Itajubá.

Outros lugarejos foram despontando às margens do rio Sapucaí e seus afluentes, como Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre e Careaçu.

A ORIGEM DO NOME

O rio Sapucaí recebeu o nome pela abundância de sapucaias existentes em suas margens. São árvores da família das lecticidáceas e produzem frutos oleosos e comestíveis, semelhantes à castanha-do-pará.

Sua madeira é pesada, dura e resistente, muito utilizada na produção de dormentes e na construção civil e naval.

Em tupi, significa "fruto que faz saltar os olhos" que "grita", que "canta"

A BACIA DO RIO SAPUCAÍ

Compõem a bacia do rio Sapucaí os seguintes municípios no Estado de São Paulo: Campos do Jordão, Santo Antonio do Pinhal e São Bento do Sapucaí.

No território mineiro, o rio percorre os seguintes municípios: Borda da Mata, Brasópolis, Cachoeira de Minas, Cambuí, Careaçu, Carvalhópolis, Conceição das Pedras, Conceição dos Ouros, Congonhal, Consolação, Cordilandia, Córrego do Bom Jesus, Delfim Moreira, Elói Mendes, Espírito Santo do Dourado, Estiva, Gonçalves, Heliodora, Itajubá, Lambari, Machado, Marmelópolis, Maria da Fé, Monsenhor Paulo, Natércia, Pedralva, Paraisópolis, Paraguaçu, Piranguçu, Piranguinho, Poço Fundo, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, São Gonçalo do Sapucaí, São João da Mata, São José do Alegre, São Sebastião da Bela Vista, Sapucaí-Mirim, Senador José Bento, Silvianópolis, Turvolandia, Virgínia e Wenceslau Brás.

Embora o rio seja fonte de vida, ele está a caminho da morte, pois 80% das suas águas retornam ao leito em forma de esgotos não tratados.

Atualmente, cerca de 40 cidades lançam seus dejetos in natura no rio Sapucaí e seus afluentes.

O PERCURSO

Antes da construção da represa de Furnas, o rio se unia ao rio Grande nas proximidades de Alpinópolis; agora o rio Sapucaí deságua no lago formado pelas suas águas e as de dois grandes rios: o rio Grande e o rio Verde.

Depois, passa a denominar-se rio Paraná até desembocar no rio da Prata, percorrendo os territórios brasileiro, paraguaio, argentino e uruguaio.

O rio da Prata constitui-se em estuário de cerca de 270 km de extensão entre o Uruguai e a Argentina, no sudeste da América do Sul, formando um vale alagado por rios e fazem parte da plataforma continental.

Tem cerca de 30 km de largura na cabeceira, onde recebe os rios Paraná e Uruguai e se alarga até 190 km na sua embocadura no Oceano Atlântico.

Seus rios drenam coletivamente uma bacia de aproximadamente 4 milhões de km² e transportam enormes quantidades de sedimentos que formam barrancos e longo banco de areia, especialmente no sul.

UM PATRIMÔNIO NACIONAL

O doutor Domingos José Nogueira Jaguaribe em conferência pronunciada em 16 de janeiro de 1.917 no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, sob o tema "Combate ao Alcoolismo", proclamou: "Poderemos mandar vir dos Campos do Jordão, para os que fizerem encomendas, as águas das nascentes mais altas do rio da Prata, que formam o rio Sapucaí, que nasce em nossa propriedade, a 1.800 metros de altitude, a fim de fornecer essa idéia, que nasceu da leitura de uma carta do meu amigo, Dr. Alberto Torres.

Parece-nos que algumas casas ou agências deveriam tomar a si essa idéia, ou mesmo a repartição de águas do Estado."

Defendia o dr. Domingos Jaguaribe a idéia de retirar as bebidas alcóolicas dos tradicionais brindes, e adotar, em seu lugar, "a água das nascentes dos grandes rios do América do Sul".

E argumentava: "O grande brasileiro, dr. Alberto Torres, em carta que possuo, é de opinião que o governo do Brasil devia adquirir as nascentes do rio Sapucaí, em Campos do Jordão, e as conservar como patrimônio nacional."

O MARCO DAS 4 NAÇÕES

Em 29 de abril de 1.959, aniversário da fundação de Campos do Jordão, foi lançada a pedra fundamental, no bairro do Umuarama, do Monumento das 4 Nações, para a perpetuação e registro histórico das nascentes mais altas do rio da Prata.

Representou o Governador Carvalho Pinto, o secretário de Governo, dr. Márcio Porto, presentes o prefeito José Antonio Padovan, Benjamim Hunicut, Acácio de Vilalba, Joaquim Correa Cintra, Pedro Paulo, entre outras personalidades representativas do Município.

O monumento foi projetado pelo Engo Acácio Vilalba, membro do Conselho Estadual de Turismo e da Sociedade Geográfica Brasileira, em terras de propriedade da Associação Umuarama.

Era encimado por um bandeirante, segurando uma bandeira enrolada no pedestal, sob o qual havia estampado o brasão de Campos do Jordão.

Em baixo em forma retangular havia os seguintes dizeres, escritos em fundo branco: "Marco das 4 Nações: Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai. Erigido em homenagem aos países onde caminham as mais altas águas brasileiras rumo ao rio da Prata. Inaugurado em 29 de abril de 1.959, sendo Governador do Estado de São Paulo o Exmo. Sr. Prof. Carvalho Pinto e Prefeito de Campos do Jordão o Dr. José Antonio Padovan".

Concluído o portentoso monumento, infelizmente não foi implantado no local escolhido, e transferido para o almoxarifado da Municipalidade, quebrou-se, restando apenas a figura do bandeirante, que foi afixado na Praça da Bandeira, em vila Abernéssia, em Campos do Jordão.

Com o correr dos anos o crescimento da mata, tornou difícil, talvez impossível, a localização física da pedra fundamental, onde deveria ser erigido o Monumento das 4 Nações.

Mais uma prova incontestável de que o Brasil, infelizmente, é um país sem memória nacional, que não sabe cultuar as suas riquezas naturais e históricas.

Pedro Paulo Filho

19/04/2009

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=43

 

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