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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

CRUS CREDO! QUE SUJEITO FEIO! 


CRUS CREDO!  QUE SUJEITO FEIO!

Camargo Freire - Expedito Camargo Freire em foto da década de 1950

 

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Está saindo fumaça das nossas orelhas buscando dados, datas, artigos e textos sobre o Expedito Camargo Freire, nosso saudoso mestre de Desenho do antigo Colégio Estadual e Escola Normal de Campos do Jordão. Queremos homenageá-lo no Centenário de seu nascimento, porque o artista plástico é considerado um dos melhores do Brasil, sendo premiado com a Medalha de Ouro em 1948, recebendo o Prêmio “Viagem ao País” e Medalha de Ouro com o Prêmio “Viagem ao Estrangeiro”, em 1956, outorgados pelo Salão Nacional de Belas Artes, do Rio de Janeiro, quando ficou por mais de dois anos perambulando pela Europa.

Camargo Freire merece um livro, não só pelo seu extraordinário talento pictórico, pois foi quem melhor registrou os matizes e tonalidades das cores de Campos do Jordão, como também porque era um homem simples, modesto, contador de anedotas, com aquele jeito meio acaipirado de falar, que fazia seus alunos rirem, durante as aulas, menos das piadas, mas do seu jeito caboclo de contá-las.

Pedimos ajuda dos queridos amigos e eles vieram em massa em nosso socorro, trazendo dados, informações, fotos, cartas e os mais variados textos sobre o artista plástico maior da Estância: a jornalista Márcia Santos, o pintor Luiz Pereira Moisés, o bibliófilo Sérgio Askenazi, o iconógrafo Edmundo Ferreira da Rocha, a acadêmica Vera Vilas Boas, e a doutora Valeria Pinheiro. Como é bom ter amigos!

Agora podemos dizer, que quem tem amigos, não morre pagão, afogado como estamos nas águas de um verdadeiro Oceano Atlântico de papéis e documentos sobre Camargo Freire.

Doravante, só falta escrever madrugadas adentro.

Curiosa, contudo, foi uma crônica escrita em 20 de setembro de 1980, pelo grande artista plástico, que seria um egoísmo do cronista não dividi-la com os seus leitores.

Ei-la na sua integralidade: “Dois pintores, meus amigos, desejavam fazer uma exposição de seus quadros em uma determinada cidade. Tanto um como o outro, jamais tinham estado naquela cidade, assim como também não conheciam ninguém que pudesse orientá-los. Pedindo informações a uma pessoa de passagem pelo Rio de Janeiro, moradora da cidade onde desejavam expor, conseguiram indicações: “Quando vocês chegarem lá, procurem o senhor José Feio. Ele é um grande entusiasta das artes plásticas e tudo fará para auxiliá-los; arranjará local para a exposição e os acompanhará, fazendo apresentações aos jornais, às autoridades, etc.” Um dos pintores perguntou à informante como encontrar o senhor José Feio numa cidade por eles desconhecida. Respondeu: “Não há dificuldades, vocês irão encontrá-lo no Café Central da cidade, onde ele costuma freqüentar – é o freguês mais feio entre os presentes”, Os dois pintores, agradecidos, partiram e lá chegando, encaminharam-se depressa para o Café Central e, quando já estavam próximos, viram sair do Café, um homem feio, mas muito feio, que vinha em direção a eles. Os dois artistas plásticos pararam e um deles disse: “Vamos esperar aqui, porque o nosso homem vem vindo aí!” Quando o homem cruzou com os pintores, estes dirigiram-lhe a palavra: “Com licença, seu José, precisamos falar com o senhor, somos pintores e estávamos à sua procura”. O homem parou, pensou e depois disse: “Ah! Já sei, os senhores estão enganados, não sou eu. O José Feio está sentado lá no Café Central!”

Os dois pintores agradeceram e, enquanto o homem se afastava, um deles disse: “Sabe de uma coisa, o melhor é voltarmos, se este homem com esta cara não é o José Feio, você já pensou como será cara daquele que está lá no Café?”

A história contada por Camargo Freire retrata bem o perfil psicológico do grande artista plástico: brincalhão, simples, alegre e divertido. Pena que Deus o levou em 1991.

Pedro Paulo Filho

13/05/2008

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=208

 

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