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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

NATAL DE HOJE 


NATAL DE HOJE

Aristides Corrêa Cintra, o eterno Papai Noel de Campos do Jordão e um Papai Noel moderno.

 

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É claro que houve um desvirtuamento na celebração do Natal. Quase ninguém mais atenta para o aspecto cristão da célebre data.

O enfoque principal, quando se fala em Natal, é o de presentear familiares e amigos, servindo também de pretexto para realizar lautos rega-bofes, verdadeiros banquetes natalinos! (A gula, a eterna gula!).

E os nossos antepassados não desvirtuavam menos esse espírito cristão, eis que uma imagem muito importante, por exemplo, para a criança (em nosso tempo), era a figura bonachona e gorducha do Papai Noel, com suas barbas brancas, sua roupa vermelha ornada de arminho, saco às costas, repleto de brinquedos. E até uma certa idade, não havia quase criança que não acreditasse no bom Velhinho.

Curioso, ao que nos lembramos, acreditar em Papai Noel era uma ‘ilusão’ gostosa, que mantinha a inocência infantil, não permitindo que a criança percebesse muito cedo as tristes realidades da vida... Assim, lembramo-nos, a criança sentia-se de fato feliz, não importa com o que ganhasse... Sempre havia uma razão plausível para não ter ganho o que se esperava... (comportamento, estudos, etc.).

Agora Papai Noel tornou-se mais propriamente um símbolo comercial da festa. O mundo capitalista em que vivemos transformou, de há muito, a efeméride numa motivação para que o ser humano compre mais e mais...

Aliás, é bom que se diga, o fato de adquirir para a família e os amigos, dentro das posses de cada um e, portanto, sem exagero, não faz mal a ninguém. Muito pelo contrário: não só é gostoso receber o presente, como também oferecê-lo, contando, além do fato material em si, o fator surpresa de ambos os lados.

Uma boa ocasião essa para externar, não apenas por palavras, nosso carinho e nossa amizade a quem gostamos. Por isso não se deve radicalizar, condenando a comemoração sob esse prisma!

Por seu turno, o Presépio, que enfoca mais o lado cristão, e era montado tradicionalmente nas igrejas, nas vitrinas das lojas e em grande parte das residências, praticamente deixou de ser ‘armado’, pelo menos nas lojas e nos lares. Está virando, quase que exclusivamente, peça de museu... (Aliás, já existe em São Paulo o Museu dos Presépios).

Umas das tradições da festa de Natal, ao invés, que perdura através dos tempos, é a árvore enfeitada, sem a qual o Natal parece que se descaracteriza.

E como nem todos querem ou podem sair pelo campo à cata de uma árvore, existem os vendedores com ‘pinheirinhos’ de todos os ‘tipos’ e tamanhos, simplesmente cortados ou plantados. E claro que, grande parte, felizmente (como nossos pais e nós sempre fizemos) preferem as árvores com raízes, que depois serão replantadas no jardim ou no quintal. Isso, além de preservá-las, trazem sempre a lembrança de uma data feliz.

Mas, nesse capítulo, há a pessoa ‘desligada’ ou insensível que não titubeia em ceifar nada menos do que uma araucária para fazer a sua árvore de Natal. E, lamentavelmente, a araucária, mesmo com raiz, se não for retirada com bastante terra do lugar nativo, não sobreviverá quando replantada!

É de alertar-se, pois, quantos busquem uma árvore para enfeitar no Natal, que não arranquem, muito menos cortem, a araucária.

Aliás, o cipreste ou o cedrinho é o mais característico para esse fim. E por que não fazer uma árvore estilizada? Por exemplo, feita de galhos secos. Pode ficar original e magnífica, usando-se a própria criatividade.

Para completar o ambiente gostoso e típico, acentuando, mesmo, o seu lado cristão, nada melhor do que canções de Natal.

Falar nisso, raras são as rádio emissoras que nessa época ainda fazem programas especiais, à base de música natalina e quando o fazem nota-se a carência de melodias brasileiras típicas ou mesmo versões para o português de canções tradicionais européias ou norte-americanas, interpretadas por artistas e músicos brasileiros, o que é de se lamentar, mas com a esperança de que surjam compositores que venham a fazê-lo. Bem, no final das contas, o Natal de hoje não difere muito do Natal de ‘antigamente’ porque, de toda maneira, vem se mantendo a tradição, embora quase sem o presépio e não obstante o Papai Noel tenha perdido grande parte do seu encanto, ao passo que a propaganda comercial se tornou, de certo modo, mais agressiva (não estivéssemos nós numa sociedade de consumo...). Isso não nos impede, é claro, de desejar, sinceramente, FELIZ NATAL aos amáveis leitores do IMPACTO VALE-NEWS.

Autoria: Orestes Mário Donato

Publicado no Jornal "Impacto Vale-News"

24/12/1981

 

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www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=203

 

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