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Crônicas que contam histórias de Campos do Jordão.

 

Parece piada, mas é a pura realidade 


Parece piada, mas é a pura realidade

Da esquerda para a direita: Armênio, Roberto e Juca Furtado.

 

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Cada dia da nossa vida é especial, maravilhoso e inédito. Acontecem situações embaraçosas, tristes, alegres, felizes e até muito hilárias, mesmo que, analisando com mais profundidade, nos preocupam e nos levam a sérias reflexões sobre nosso destino e o saldo da nossa existência nestas paragens terrenas.

Algumas explicações necessárias e, na sequência, o relato do fato verídico que aconteceu hoje, oportunidade em que é comemorado o “Dia Internacional da Mulher”.

É rotina já bastante antiga encontrar vários amigos antigos, para um gostoso e descontraído bate-papo, relembrando, especialmente, as boas e saudosas histórias da nossa cidade. No início, esses encontros aconteciam esporadicamente, em oportunidades eventuais, muitas vezes após solucionar alguma atividade do nosso cotidiano. A princípio, aconteciam no Cartório do Registro Civil de Campos do Jordão, na época em que o amigo José Eduardo Rachid era o seu Oficial Maior. Atualmente, considerando maior tempo disponível, acontecem mais amiúde, no mesmo local, onde o Dé, como é mais conhecido, mantém seu estabelecimento comercial, a Imobiliária “Rachid Imóveis”. Uma ou duas vezes por semana, no período da manhã, após alguns contatos comerciais, bancários e pequenas compras, costumo dar uma parada ali na Rachid Imóveis. Sempre encontro, antigos e queridos amigos, inclusive um, com quem tive a feliz e gratificante oportunidade de trabalhar por mais de treze anos no Posto Fiscal do Estado, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Esse, o Armênio Soares Pereira, meu padrinho de casamento, meu compadre e por que não dizer, meu segundo pai, dado o carinho e intimidade que temos mutuamente, com quem aprendi muitas lições importantes em minha vida e que foram de grande valia na minha vida profissional, nos demais locais onde trabalhei.

Outro é o José Furtado, mais conhecido como Juca Furtado, antigo morador de Campos do Jordão, felizmente com muito boa memória, meu salva-vidas em várias pesquisas sobre o nosso cotidiano de outrora e histórias de nossa cidade.

Também é frequente encontrar o amigo Roberto Dalmacio C. Azevedo, que já reside em nossa cidade há vários anos e que também se dedica, com muita seriedade, sobriedade e responsabilidade, ao ramo da consultoria de imóveis.

Com exceção do Dé Rachid, o mais novo de todos que se reúnem em seu estabelecimento comercial, obrigado, mesmo que não queira, a participar das conversas sobre fatos mais antigos de Campos do Jordão, e eu, que já sou quase septuagenário, os três anteriormente citados já têm idade bem superior aos oitenta anos.

Às vezes, encontro ainda alguns outros amigos mais novos, que acabam se interessando pelos assuntos sobre os quais a conversa acaba se desenrolando.

Hoje, por volta das 11h30 da manhã, estávamos eu, Dé Rachid, Armênio, Juca e Roberto naquele bom-papo, claro, sem falar mal da vida de quem quer que seja que já não tenha nos deixados há mais de quarenta anos.

Em determinado instante, meu telefone celular tocou. Para não atrapalhar a conversa, evitando que o assunto a ser tratado perdesse seu sigilo, saí na calçada em frente e fui atender à ligação. Era uma amiga que precisava de algumas fotografias antigas para ilustrar trabalho que estava fazendo. Logo que atendi, por coincidência, um dos amigos com quem estávamos conversando começou a tossir por algum motivo. A amiga, de imediato, perguntou: “Onde você está?”. Respondi: “Aqui em Vila Abernéssia, proximidades do Banco Santander”, e acrescentei: “Estou aqui batendo um papinho com alguns amiguinhos queridos e o mais novo sou eu, quase septuagenários. Os outros três já passaram, alguns anos, dos oitenta”. Se não tivesse sido engraçadinho, não teria me surpreendido a pergunta da amiga: “Então você deve estar conversando em algum asilo”. Claro, imediatamente rimos muito.

Na sequência, quando retornei à conversa com os amigos, contei esse episódio. Todos riram copiosamente, não sei se acharam o fato hilário ou se riram por simples educação.

Após analisar o episódio, embora realmente hilário, fui levado a sérias reflexões sobre nosso destino e o saldo da nossa existência nestas paragens terrenas, como disse no início.

Embora o ocorrido tenha tudo para parecer uma piada, é a pura realidade da vida. A verdade é que, a cada dia que passa, nós e nossos amigos estamos ficando idosos e, assim sendo, nosso saldo de vida vai ficando cada vez mais reduzido. Pior de tudo, não sabemos por quanto tempo ainda teremos algum saldo de vida para gastar. Esperamos e pedimos a Deus que nos dê o grande privilégio de gastar esse saldo, até o final, com muita saúde e felicidade.

Sabemos, infelizmente, que muitos outros amigos não estão tendo ou tiveram oportunidade de desfrutar dessa nossa felicidade. Ou já não estão mais conosco ou, lamentavelmente, estão sim, em algum asilo, muitas vezes vivendo alheios a tudo que se passa ao seu redor, já sem nenhuma lembrança dos bons momentos que aconteceram em suas vidas.

Ainda bem, felizmente, contrariando a pergunta da amiga, nossos encontros estão muito longe do asilo. Ponto positivo do fato ocorrido é que proporcionou boas risadas da amiga, no dia internacional dedicado a homenagear a mulher.

Esperamos continuar vivendo, por muito tempo, com muita alegria e felicidade, mantendo nossos deliciosos encontros semanais.

Edmundo Ferreira da Rocha

08/03/2013

 

Acesse esta crônica diretamente pelo endereço:

www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronicas=140

 

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