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Juventude

 

Jesus não se adaptava à profissão.

Trabalhava por obrigação,

Simples dever filial.

Trouxera do Templo novo ideal.

 

Tinha agora do mundo visão profética,

Nenhum interesse pela vida doméstica.

Já não se mostrava tão ativo,

Alegre, comunicativo.

 

Vivia arredio,

Pelos irmãos xingado de vadio.

Não fazia conta,

Passava por cima da afronta.

 

Seus amigos de infância

Foram ficando à distância.

A juvenil intimidade

Que parecia sólida amizade.

 

Se tornando dia a dia

Saudação de mera cortesia.

A todos queria como irmãos

Mas preferia a solidão.

 

Estando só, estava com a humanidade,

Sua nova e eterna amizade.

Foi crescendo...

Normalmente se desenvolvendo...

 

Barba despontou.

Homem feito

Para todos os efeitos.

Alto, magro porém forte,

Moreno airoso porte.

 

Olhos celestialmente azuis

Irradiando magnética luz.

Olhar penetrante,

Meigo, acariciante.

 

Cabelos pretos bem compridos

Aos ombros caídos.

Boca lindamente desenhada

Para nunca ser beijada.

Sorriso sutil,

Voz suave porém varonil.

 

Nariz comprido e reto,

Sem o recurvo incorreto

Que faz rosto judeu parecer igual,

Harmonizava conjunto facial.

 

As mulheres sentiam-se atraídas por ele,

Dariam a vida por um beijo dele.

Mas sua figura asceta,

Assim como atraía, mantinha-as quietas.

 

Ele é esquisito

Mas é tão bonito!...

Suspiravam langorosas,

Românticas como as rosas.

 

Deixara de frequentar a sinagoga

E cumprir preceitos em voga.

Ao povoado pacato,

Imperdoável desacato!

Ciúme dos irmãos crescia,

Dizendo que a Mãe o protegia.

O Pai se calava,

Tacitamente o apoiava.

 

Costumava passar dias fora de casa.

Irmãos ficavam em brasa,

Uma fera

Por ele não dizer onde estivera.

 

Maldavam...

Rindo, cochichavam.

Jesus, indiferente, se calava.

E o mistério continuava...

De repente, sumiu!...

Falar dele nunca mais se ouviu.

 

 

 

 

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